Por Jorge Paulino
Engenheiro Eletricista e de Produção
Por muito tempo a questão
ambiental no Brasil foi relegada a um segundo plano e essa cultura vem desde o
descobrimento com a exploração desordenada das riquezas, até os dias de hoje
com o crescimento das cidades, com aumento da população e o desmatamento para
construção de moradias - o meio ambiente sofre ação degradativa por parte do
homem. Acreditava-se que as riquezas existentes no país eram abundantes e
infinitas, mas percebeu-se que isso era um equívoco, pois até boa parte do
nosso século as reservas de água potável do mundo eram consideradas inesgotáveis.
Com o desenvolvimento industrial e a conseqüente contaminação das águas, a explosão demográfica e a sua concentração em grandes centros urbanos, contribuíram
para demonstrar que essa crença era infundada.
Devido à degradação de sua
qualidade, que se acentuou a partir da II Guerra Mundial, a água doce líquida
que circula em muitas regiões do mundo já perdeu sua característica especial de
recurso renovável, principalmente nos países do Terceiro Mundo e
países
em Desenvolvimento;
na medida que os efluentes e/ou os resíduos domésticos e industriais são dispostos
no meio ambiente sem tratamento ou de forma inadequada.
Os desequilíbrios da oferta de
água às populações, as questões da disponibilidade e dos conflitos pelo seu uso
também apresentam seus aspectos preocupantes.
A água para os seres humanos é
imprescindível, e se os recursos hídricos continuarem a ser poluído, não só a
água que se bebe ficará inviável ao consumo, mas também os alimentos serão
atingidos.
Produzir água para consumo humano,
a cada dia torna-se mais caro, principalmente pela contaminação ou exaustão dos
mananciais mais próximos. Cada vez mais é necessário buscar outros mais
distantes e mais caros; o consumo de água não depende apenas do nível sócio
econômico de uma região ou de um povo, mas é também associado ao uso de
equipamentos com tecnologias mais eficientes e processos mais otimizados. É
necessário dar ênfase para os usos finais, ou seja, do modo como a água está
sendo utilizada.
Em função da relativa abundância
de água no Brasil, o setor industrial nunca teve uma grande preocupação com
este insumo, podemos excetuar os setores que se utilizam água como
matéria-prima ou com influência direta sobre o produto final, porém com o
aumento da cultura da Responsabilidade Ambiental as empresas passaram a investir
em soluções para o reuso da água.
Diversas ferramentas necessárias foram
incorporadas em um PCA - Plano de Conservação de Água, tais como Auditoria do
Consumo, Diagnóstico do Consumo, Planos de Intervenção e Avaliação do impacto
de redução e os resultados obtidos são avaliados dentro dos contextos
específicos em que se encontram inseridos; as situações de economia e otimização
encontradas em cada exemplo não devem ser extrapoladas para outro, pois a realidade
do consumo muda sob inúmeras variáveis, particularmente pela ação do usuário.
De acordo estatística do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
o Brasil encontra-se em quinto lugar entre os países mais populosos do mundo e
que mais de 2/3 da população do Brasil concentra-se em área urbanas onde são
necessários padrões articulados de gestão como o de tratamento de água.
Atualmente, com o surgimento de
problemas relacionados à escassez e poluição de água nos grandes centros
urbanos, começa haver um maior interesse por parte de vários setores econômicos
pelas atividades nas quais a água é utilizada, o que também é motivado pelas
recentes políticas federais e estaduais sobre o gerenciamento dos recursos hídricos.
A água é um insumo essencial à maioria das atividades econômicas e a gestão deste recurso natural é de suma importância na manutenção de sua oferta em termos de quantidade e qualidade, várias atitudes proativas estão sendo implementadas, nesse sentido, pois apesar da aparente abundância de recursos hídricos no Brasil (14% das águas doces do planeta e 53% do continente sul americano), sua distribuição natural é irregular nas diferentes regiões do País.
A água é um insumo essencial à maioria das atividades econômicas e a gestão deste recurso natural é de suma importância na manutenção de sua oferta em termos de quantidade e qualidade, várias atitudes proativas estão sendo implementadas, nesse sentido, pois apesar da aparente abundância de recursos hídricos no Brasil (14% das águas doces do planeta e 53% do continente sul americano), sua distribuição natural é irregular nas diferentes regiões do País.
Foi pela carência de instrumentos
de gestão que conflitos entre usuários se instalaram em algumas bacias
hidrográficas brasileiras até o final do século XX, situação que está sendo
revertida com a implementação do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SINGREH. Trata-se de fato importante, uma vez que o
cenário que se apresenta é o de crescimento urbano- industrial e agrícola que certamente
será acompanhado pelo aumento da demanda de água.
Armazenar chuva para limpar o
quintal e regar plantas, está se tornando uma prática comum principalmente em
época de rodízio no fornecimento de água.
Nos prédios comerciais e
residenciais, os sistemas de tratamento já vão bem além desse tipo de
aproveitamento e permitem cortar até pela metade o valor da conta de abastecimento
e esgoto, grandes condomínios estão investindo em projetos de Estações de Tratamento
de Efluentes e Estações de Tratamento de Água; a água após a passagem pela estação
pode ser utilizada em jardinagem, na limpeza e até nas descargas dos sanitários.
Embora o investimento ainda seja
alto, a redução nas contas de água e esgoto pode atrair até mais que o
engajamento ambiental, e já se objetiva a dar subsídios na adoção de soluções eficientes
na concepção das novas edificações ou na modernização das já existentes.
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